Seguramente está a par do contexto em que vivemos atualmente na europa e das inúmeras consequências sociais e económicas que se estão a fazer sentir a nível mundial.
No entanto, o que muita gente não é capaz de observar é que existe uma outra guerra a decorrer: a guerra digital. Esta já está a provocar alterações significativas no comportamento de compra dos consumidores, fazendo com as marcas tenham a urgente necessidade de adotar uma estratégia digital 360º.
Que alterações se verificam no comportamento dos consumidores, um pouco por toda a europa? Como é que as marcas estão a sobreviver sem conseguir comunicar via Facebook e Instagram? E se fosse em Portugal?
São estas as questões que nos propusemos responder ao longo deste artigo.
Em 2020 e 2021, fruto da crise sanitária, deu-se uma extrema revolução no comportamento dos consumidores, tanto ao nível da interação social, bem como ao nível do comportamento de compra.
Aquilo que se verificou foi uma absoluta expansão do digital, com as redes sociais e o e-Commerce a assumirem um papel preponderante no mercado. Nesta fase, foram várias as empresas que viram esta transição como uma nova oportunidade de negócio!
No entanto, a atual crise que se vive na europa, devido aos conflitos entre Rússia e Ucrânia, promete igualmente revolucionar os meios digitais e os mercados internacionais, trazendo consequências acentuadas ao nível político, económico e social.
Mas afinal, em que medida é que o comportamento do consumidor está a ser afetado?
A recente guerra, para além das consequências económicas e sociais que está a causar, está também a ter um profundo impacto no mundo da tecnologia e do digital. O Mundo sente esse impacto e nós, aqui em Portugal, não somos diferentes!
Todos estes sucessivos acontecimentos que têm decorrido nas últimas semanas, está a provocar uma autêntica transição naquilo que são as relações entre marcas e consumidores, que por sua vez, obrigará os os gestores a adotarem um novo modelo de abordagem para com os seus clientes, como também para com o próprio mercado.
Tendo em conta este paradigma, é muito provável que o consumidor atual já esteja a sofrer alterações ao nível das suas necessidades, emoções e comportamento de compra, fazendo com que seja mais difícil para as empresas conseguirem definir o perfil dos seus clientes.
Posto isto, aquilo que se irá verificar daqui em diante é que o consumidor irá muito provavelmente perceber que é necessária uma mudança ao nível do consumo mundial, começando a comprar apenas aquilo que consideram essencial, revendo assim os seus hábitos de consumo.
Espera-se ainda que o cliente valorize cada vez mais a transparência e o estabelecimento de relações de confiança com as marcas, pois o que se verifica no panorama atual, é que as chamadas “fake-news” podem disseminar-se à velocidade da luz, despertando alguma desconfiança por parte dos utilizadores digitais.
A confiança é agora, mais do que nunca, um fator crítico de sucesso para qualquer marca. Sendo que, aliado a este fator está a necessidade de as marcas se relacionarem de forma mais humana com os seus clientes, promovendo ações de solidariedade que contribuam para o bem-estar dos mais necessitados e da sociedade.
E cabe-nos a nós, enquanto Marketeers e empreendedores, ter a capacidade para envolver as marcas a um nível de confiança, intimidade e transparência total com os nossos clientes.
Que impacto terá o bloqueio das redes sociais na Rússia a nível mundial?
Ao longo do atual mês de março tem se verificado uma completa guerra digital entre a Rússia e as grandes empresas tecnológicas a nível mundial, nomeadamente, a Meta.
Depois do bloqueio do Facebook no país Russo, o Instagram alterou as suas políticas em alguns países, permitindo aos utilizadores das Apps defenderem atos de violência contra Vladimir Putin e os soldados russos, fruto dos crimes de guerra cometidos. Em consequência, a Rússia retaliou com o bloqueio da utilização do Instagram em todo o país!
Esta ação tem um impacto gigantesco para várias empresas, sobretudo as norte-americanas, uma vez que o Instagram é uma das redes sociais mais utilizadas na Rússia, estimando-se que possua cerca de 80 milhões de utilizadores diários.
Enquanto estas restrições persistem, os russos têm encontrado algumas alternativas para poderem continuar conectados com o resto do mundo e comunicar entre si, nomeadamente com a utilização do Telegram e das VPNs (virtual private networks).
VPN é uma rede virtual privada, que permite aos seus utilizadores navegar na internet de forma totalmente segura e privada, mesmo em websites em que a ligação esteja bloqueada nos seus países.
A procura por estas Virtual Private Networks tem disparado consideravelmente entre a população russa, pois a sua utilização permite-lhes aceder aos vários serviços de internet que estão a ser bloqueados pelo governo russo.
Perante este cenário, há quem defenda que estas medidas são apenas o início daquilo que se espera que venha a ser a desconexão digital total da Rússia com o resto do mundo, a par do que se passa noutros países, nomeadamente, a China, em que não existe o livre acesso à internet e à informação global. (Fonte: The Guardian, 2022).
Como sobreviver no digital sem Facebook e Instagram?
Se a Rússia de facto levar avante esta ação de limitar e controlar a circulação de informação digital que entra e sai do país, os fatores social e económico irão ser fortemente afetados não só no seu território nacional, mas também em todo o mundo.
Já pensou nas diversas marcas russas que estão inseridas no meio digital e que tinham como principal meio de comunicação e de venda as redes sociais, nomeadamente, o Facebook e Instagram?
Como vão estas marcas agora sobreviver sem puderem comunicar e vender os seus produtos para o seu público-alvo? Em que medida a quebra do investimento em publicidade, por parte dos empreendedores russos, afetará a performance destas aplicações?
O que será feito dos fornecedores e distribuidores que abasteciam estas empresas e que tinham na sua carteira de clientes, as empresas russas como as mais importantes e que mais vendas representavam para as suas empresas?
Portanto, estas são questões importantíssimas sobre as quais queremos que os nossos clientes reflitam, de modo que possam ter uma visão ampla da necessidade que é para qualquer empresa ter uma estratégia 360º!
Com isto queremos dizer que, os gestores devem analisar constantemente o seu negócio, os seus clientes, o mercado em que estão inseridos, a sua concorrência, bem como as várias questões políticas globais, sendo que daqui surge a importância da realização de uma análise SWOT.
Nos tempos que decorrem, já é quase uma necessidade básica das marcas terem uma estratégia digital 360º, na medida em que a comunicação e o contacto com o cliente não pode ser feito apenas através de um canal, mas sim através de várias plataformas em simultâneo, fruto de uma estratégia de marketing integrada capaz de fazer chegar a mensagem ao público-alvo.
Esta estratégia permite às empresas salvaguardar-se de um eventual acontecimento inesperado, igual ao que nos deparamos neste momento na Europa.
Por exemplo, caso tal acontecesse em Portugal e nos fosse negado o acesso às redes sociais, essas empresas iriam continuar a comunicar e a estabelecer relações com os seus clientes, através de outros canais presentes na estratégia integrada mencionada anteriormente, sendo capaz de manter a homogeneidade, a transparência e a intimidade com o seu público.
E você já tinha pensado no impacto que este fenómeno está a ter ao nível da globalização e da digitalização?! Saiba como poderá sair vencedor através de uma estratégia digital 360º.